Share the post "Turismo nacional em 2025: crescimento, desafios e estratégias"
Os resultados da 72ª edição do Barómetro do Turismo do IPDT apontam para um ano promissor no turismo português, com um crescimento previsto em hóspedes, dormidas e proveitos. O painel do Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo antecipa um total de 33 milhões de hóspedes e receitas que podem alcançar os 6,5 mil milhões de euros.
Apesar deste cenário positivo, há desafios estratégicos a superar, como a escassez de recursos humanos e a necessidade de uma gestão mais eficiente das perceções sobre “overtourism”.
Crescimento do turismo sustentado nos principais indicadores
De acordo com o estudo IPDT, as projeções para 2025 são bastante promissoras:
- Hóspedes – prevê-se que o número alcance até 33 milhões, representando um crescimento significativo em relação aos 30 milhões registados em 2023.
- Dormidas -estimam-se valores entre 75,1 e 81 milhões, superando as 77,2 milhões registadas no ano anterior.
- Proveitos -atingirão valores entre 5,6 e 6,5 mil milhões de euros, ultrapassando os 5,7 mil milhões obtidos em 2023.
Estes números confirmam o reforço do interesse por Portugal como destino turístico de excelência, sustentado por fatores como a segurança, a estabilidade política e uma oferta rica e diversificada de experiências, capaz de atrair tanto visitantes internacionais como nacionais.
Fatores que impulsionam o turismo
Os profissionais do setor identificaram os principais elementos que deverão contribuir para o desempenho positivo:
- Melhoria contínua da oferta e serviços turísticos – destacada por 44% dos inquiridos.
- Segurança e estabilidade política – referidas por 42%, consolidando Portugal como um destino acolhedor.
- Infraestruturas e mobilidade – 36% apontam a necessidade de modernizar transportes e melhorar acessibilidades.
- Condições económicas favoráveis – também com 36%, reforçam a atratividade do país.
Segundo Jorge Costa, presidente do IPDT, “Portugal mantém a sua posição como um destino seguro e de excelência, o que será decisivo para atrair turistas internacionais num cenário global de incertezas económicas e geopolíticas.”
Principais desafios do turismo: escassez de recursos humanos e inflação
Apesar das perspetivas positivas, o setor turístico enfrenta desafios significativos que exigem respostas imediatas e estratégicas:
- Escassez de profissionais qualificados – identificada por 51% dos especialistas, esta continua a ser a principal preocupação para 2025, representando um entrave ao crescimento sustentável do setor.
- Inflação e aumento de preços – apontados por 40% dos inquiridos, estes fatores têm impacto direto na competitividade e acessibilidade do destino.
- Conjuntura internacional – a recessão económica (33%) e os conflitos geopolíticos (29%) destacam-se como obstáculos externos, refletindo o peso da instabilidade global na performance do setor.
Estes desafios sublinham a necessidade de medidas coordenadas para garantir a resiliência e o crescimento contínuo do turismo em Portugal.
A questão do “overtourism”
Outro tema relevante é a crescente preocupação com o fenómeno de “overtourism” em alguns destinos nacionais. O estudo evidencia a importância de abordar esta questão de forma estratégica:
- 80% dos inquiridos consideram prioritária a gestão deste problema, sublinhando a necessidade de soluções eficazes.
- 58% destacam a implementação de estratégias de comunicação claras, orientadas para combater a desinformação e promover uma perceção mais realista sobre os impactos do turismo.
- Outras medidas apontadas incluem a descentralização da atividade turística (17%), com foco no desenvolvimento de regiões interiores, e o envolvimento ativo das comunidades locais (22%).
Estas iniciativas são essenciais para garantir um turismo mais equilibrado, sustentável e inclusivo, maximizando o potencial de áreas menos exploradas e aliviando a pressão sobre os destinos mais procurados.
Tendências e estratégias para 2025
O Barómetro do IPDT identifica tendências claras que moldarão o comportamento dos viajantes no próximo ano. Viagens personalizadas continuam a liderar as preferências, com 63% dos especialistas a destacarem a procura por experiências feitas à medida. Logo a seguir, surgem as experiências culturais autênticas, mencionadas por 60% dos inquiridos, refletindo o crescente interesse dos turistas em ligações genuínas com as culturas locais. A segurança, por sua vez, mantém-se como um critério essencial na escolha de destinos, com 30% das respostas a sublinharem a sua importância.
Para garantir a competitividade de Portugal enquanto destino turístico, os especialistas recomendam um enfoque estratégico em três pilares fundamentais: a promoção segmentada que valorize nichos de mercado específicos, a diversificação da oferta turística para atrair públicos diversos, e o investimento em infraestruturas e qualificação dos recursos humanos. A sustentabilidade, transversal a todas as iniciativas, deve ser central no planeamento turístico, alinhando o crescimento com práticas responsáveis.
Um futuro promissor, mas desafiante
Portugal está bem posicionado para consolidar-se como um destino de excelência em 2025. Contudo, o sucesso dependerá de medidas concretas. Será crucial apostar na formação e qualificação dos profissionais do setor, gerir estrategicamente a perceção de desafios como o “overtourism” e reforçar a imagem do país como um destino seguro e sustentável.
Com um planeamento eficaz e soluções alinhadas às expectativas do viajante moderno, o turismo nacional não só alcançará as projeções otimistas, como poderá superá-las, reafirmando Portugal como um dos destinos mais atrativos do mundo.