Só este ano, 500 mil turistas já passaram pela Universidade de Coimbra e deixaram milhões de euros – 90% destes eram de nacionalidade estrangeira. Os dados foram revelados pela reitoria da instituição, que tem como hábito divulgar o crescente número de turistas que alimenta a maior área de negócio do estabelecimento de ensino superior público local.
Mas, afinal, qual é a receita que esta grande movimentação gera para a universidade? Fique atento a este artigo e descubra como conseguimos desvendar um segredo tão bem guardado pela instituição.
Universidade de Coimbra não revela receitas do turismo
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Ainda que, todos os anos, sejam tornados públicos os números referentes à quantidade de turistas que visita a universidade, há pouca – ou nenhuma – informação sobre como estes impactam as contas da instituição. O dinheiro gerado pelo turismo nunca chegou a ser divulgado e, apenas em 2017, a entidade pública resolveu quebrar o silêncio. Através da assessoria de imprensa, Luís Filipe Menezes, responsável pelo setor de “Recursos Humanos, Ação Social, Turismo e Museus”, fez saber que,“por questões de segurança”, não seriam revelados mais pormenores sobre o turismo na universidade.
No entanto, durante uma conferência de imprensa, o vice-reitor da Universidade de Coimbra (UC), entendendo que não poderia violar a Lei de Imprensa e negar o acesso à informação, acabou por revelar detalhes importantes para este cálculo.
Ao ser diretamente questionado sobre o valor monetário gerado pelo turismo na instituição, Luís Filipe Meneses começou por dizer que não poderia afirmar o valor certo. “É muito dinheiro”, afirmou o responsável. “São 4 milhões?” – questionou um jornalista, sendo prontamente atendido na resposta: “Este ano esperamos atingir essa bonita soma”.
“Nós não temos interesse em divulgar esses números”, concluiu o vice-reitor, logo após ter afirmado que a UC gasta o dinheiro gerado pelo turismo em obras, por ser uma prioridade a “questão de reabilitar aqueles espaços”.
Turismo na Universidade de Coimbra: números oficias
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De acordo com os relatórios oficiais de Gestão e Contas, cujas informações que foram cruzadas com aquelas divulgadas por Luís Filipe Meneses, é possível chegar às seguintes conclusões:
Ano | Receita | Visitantes |
2013 | 1329.671,85 | Não-consta |
2014 | 1791.206,85 | 293 000 |
2015 | 2386-204,85 | 355 000 |
2016 | 3008.876. 45 | 450 000 |
2017 | 4 000.000,00 | 500 000 |
Contas finais
No site da Universidade de Coimbra é possível encontrar informações sobre os valores cobrados para as visitas à instituição – que ficam entre os 2 e os 20 euros, dependendo do local escolhido e do tipo de visita. Desta forma, com um largo intervalo de diferença, é difícil concluir qual será o valor final da receita – uma vez que não é possível calcular um preço médio pago pelos turistas, tal como sugeriu o vice-reitor, quando pediu que os jornalistas multiplicassem o número de visitantes pelo valor médio cobrado por visita.
Os relatórios oficias ficam ainda por esclarecer os “buracos” nas receitas da UC durante os anos de 2012, 2013 e 2014, tal como algumas informações essenciais para o cálculo das receitas do turismo na Universidade de Coimbra: quais são os locais mais visitados da instituição, por quem são visitados e em que períodos do ano.
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