A tuberculose é uma doença que assolou a espécie humana desde há muitos séculos atrás. No meio do século XX ainda não havia tratamento eficaz para a doença. A mortalidade dos doentes com tuberculose pulmonar rondava os 50%. Depois, com a descoberta de sucessivos fármacos eficazes, como a vacina da tuberculose, é agora possível tratar e curar praticamente todos os doentes, embora continue a haver muitas mortes por tuberculose.
Na população caucasiana a tuberculose tem um comportamento estranho. Quando alguém é contagiado, fica portador da bactéria, mas isto não quer dizer que fique doente, aliás apenas uma pequena fração de portadores se torna doente. Estas pessoas poderão ficar doentes no futuro, se houver condições favoráveis ao desenvolvimento da bactéria como, por exemplo, quando há doenças com repercussão sobre a sua imunidade.
BCG – Vacina da Tuberculose
Na primeira metade do século XX os investigadores conseguiram atenuar uma estirpe de bacilos muito parecidos com o bacilo da tuberculose. Deste modo tiveram um agente que é capaz de produzir infeção ligeira e dar alguma proteção. A primeira vacina da tuberculose foi aplicada em 1921.
A vacina BCG é considerada uma das mais inócuas, com raros efeitos adversos e raríssimas complicações graves. Mas é contra indicada a doentes imunodeficientes. Pensa-se que produz alguma proteção, sobretudo em crianças. E tem como objetivo diminuir as formas graves de tuberculose em crianças muito pequenas.
Neste momento, com recurso às técnicas de biologia molecular, há grupos de investigadores a procurar uma vacina mais eficaz que possa contribuir para o total controlo da tuberculose na população a nível mundial.
Inconvenientes
A utilização generalizada da BCG tem alguns inconvenientes. Um deles é o facto de um individuo que é infetado pela bactéria da tuberculose passar a reagir a uma injeção cutânea de um derivado do bacilo conhecido como tuberculina. Esta reação tem o nome de Mantoux, também chamado o teste da tuberculina. Utiliza-se o teste para saber se a pessoa foi infetada por tuberculose e é um dito portador de tuberculose latente. Ao fazer-se a reação da tuberculina a amostras representativas da população poderemos saber a evolução da doença na comunidade. Mas, com a vacina da BCG administrada, o indivíduo também produz reação de Mantoux positivo. Por isso, em países com uso generalizado da BCG, não é possível conhecer com rigor o estado da infeção.
Fim da vacinação
O ano de 2017 marca o fim da vacinação universal com a vacina da tuberculose. Chegou-se à conclusão que a tuberculose está bastante controlada em Portugal. Assim, apenas serão vacinadas com a BCG as crianças que pertencem a famílias com risco acrescido para a tuberculose ou as que vivem numa determinada região, com uma taxa da doença superior à do resto do país.
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