Share the post "Vacinar crianças contra a COVID-19: benefícios superam dúvidas?"
Desde que surgiram as vacinas para combater a pandemia que se questionou se e quando se começaria a vacinar crianças contra a COVID-19.
Agora que em Portugal o processo de vacinação já atingiu qualquer coisa como 85% da população adulta e adolescente, muitos pais e educadores colocam a questão sobre vacinar crianças contra a COVID-19: sim ou não? Reunimos algumas das opiniões que os especialistas têm dado acerca desta matéria.
Este não é um assunto pacífico. As opiniões são díspares, e para todos os gostos, havendo um número considerável de pessoas que pura e simplesmente rejeita qualquer tipo de vacinação. Seja em adultos, em jovens ou crianças.
Vacinar crianças contra a COVID-19: o que diz a Organização Mundial de Saúde
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que vacinar crianças contra a COVID-19 não é prioritário, sobretudo tendo em conta o suprimento global eimitado de doses, ideia reforçada por Kate O’Brien, pediatra e diretora do departamento de vacinas da OMS.
De acordo com a especialista, o risco dos mais novos adoecerem ou mesmo morrerem desta doença é muito baixo, pelo que a sua imunização apenas pode ajudar a interromper cadeias de transmissão do vírus.
Além disso, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, considera que seria mais benéfico os países doarem essas mesmas vacinas que iam administrar às crianças aos países pobres, com processos de vacinação mais atrasados.
Vacinar crianças contra a COVID-19: qual a posição da Agência Europeia do Medicamento
No final do mês de maio, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) autorizou a administração da vacina da Pfizer e da BioNTech a adolescentes entre os 12 e os 15 anos de idade. A partir desse momento, passou a caber a cada Estado-Membro da União Europeia a decisão de quando ou se vai vacinar essas faixas etárias.
Portugal decidiu vacinar os adolescente em massa, tendo em vista o arranque do ano escolar e cortar as cadeias de transmissão que se começavam a notar com mais incidência nesta faixa etária.
Países que já começaram a vacinar crianças contra a COVID-19
O Canadá foi o primeiro país do mundo a aprovar a administração da vacina da Pfizer em crianças com mais de 12 anos, logo no arranque do mês de maio. Também em meados do mês passado, o regulador norte-americano (ou seja, os Estados Unidos da América) aprovou o uso da mesma vacina em adolescentes.
Com a aprovação pela EMA da vacina da Pfizer e da BioNTech em adolescentes (conforme referimos anteriormente), alguns países da União Europeia começaram a vacinar as crianças entre os 12 e os 15 anos de idade. Portugal, por exemplo, começou desde logo a vacinar contra a COVID-19 crianças e jovens em idade escolar, num processo voluntário e que se tornou numa grande sucesso e caso de estudo a nível mundial.
Conclusão
Alguns especialistas consideram que vacinar as crianças contra a COVID-19 pode contribuir de forma determinante para conter surtos. Até porque, de acordo com o chefe da Estratégia de Vacinas e Ameaças Biológicas para a Saúde da EMA, Marco Cavaleri, “Os dados mostram que a resposta imunitária nestes grupos é igual ou até melhor do que a que vimos nos jovens adultos.”
Assim, segundo o Comité de Medicamentos Humanos da EMA, os benefícios da vacina nos adolescentes entre os 12 e os 15 anos de idade superam largamente os riscos, estando em estudo se isso também se aplica às crianças a partir dos 5 anos.
Todavia, convém também lembrar o apelo da OMS e ponderar se será mais prioritário vacinar as crianças contra a COVID-19 ou canalizar essas mesmas vacinas para territórios onde há grupos de risco que ainda não estão imunizados.