Share the post "Vale do Guadiana: do Pulo do Lobo à fantástica rota do minério"
Com o tempo a perder-se pelas planícies alentejanas, nada como um passeio que lhe vai despertar os sentidos. O Vale do Guadiana é uma zona ainda em estado muito selvagem, atravessando parte significativa dos concelhos de Mértola e Serpa.
É uma das mais importantes zonas protegidas do país. Com uma extensão de cerca de 70 mil hectares, é o habitat de dezenas de espécies animais, incluindo o raro trevo de quatro-folhas-peludo.
Encarceradas nesta zona protegida estão planícies a perder de vista, mas também alguns dos pontos naturais mais importantes do sul do país, como a queda de água do Pulo do Lobo.
Por trilhos ou de carro, o Vale do Guadiana sem dúvida merece uma visita.
Mértola: o coração mouro do baixo Alentejo
A vila de Mértola é ponto de partida para explorar o Vale do Guadiana. Do alto do seu castelo descem ruas ladeadas de casinhas brancas que fazem da pequena vila alentejana um regalo para qualquer visitante.
Espelhada no Rio Guadiana, Mértola é um verdadeiro museu ao ar livre, com uma longa herança romana.
Pulo do Lobo e trilhos do Vale do Guadiana
De Mértola é seguir até à cascata de 20 metros, única no Alentejo: o Pulo do Lobo. Aqui as forças das águas turvas (da argila) do Guadiana não deixam margem para dúvidas de que estamos perante a natureza no seu estado mais puro.
Se gostar de caminhar, pode seguir o trilho PR9 – Entre o Escalda e o Pulo do Lobo e encontrar a Anta das Pias. São cerca de 5 quilómetros e meio, aconselhados para caminhantes com experiência.
Um bom percurso para fazer e explorar os segredos do Vale do Guadiana, é o PR8 – Percurso Ribeirinho, um trilho de dificuldade muito baixa, pela zona da ribeira do Vascão, um dos mais importantes afluentes do rio Guadiana.
De facto os percursos pedestres são muitos e para todos os níveis, uma opção que vale a pena deixar em aberto.
A Rota do Minério
Outro percurso imperdível para quem quer conhecer melhor a história da região é a rota do minério. São 14 quilómetros de um caminho fácil e cheio de história, que percorre as antigas minas de exploração de enxofre, cobre e zinco.
A sua exploração data da época dos romanos, mas a exploração moderna iniciou-se em 1858, por iniciativa da companhia de mineração “Mason & Barry”’.
Foram 108 anos de trabalhos que ficaram perdidos neste trilho no meio do Vale do Guadiana.
Dentro da mina existem vários pontos de interesse, pelos quais este trilho passa: a Casa do Mineiro, a Central Elétrica e a Estação da Moitinha. Também a aldeia do Pomarão merece um desvio, com o seu porto fluvial de onde partiam os carregamentos de minério para Inglaterra.
Esta rota cruza a história da exploração mineira em Portugal com o contrabando. Estas terras faziam parte das rotas do contrabando, servindo de ligação a Espanha para contrabandear café, açúcar ou farinha.
Termine a visita ao Vale do Guadiana com um mergulho na praia fluvial da da Tapada Grande. Um vasto areal rodeado das águas calmas da albufeira oferece o merecido descanso dos exploradores.
Esta é uma excelente sugestão para rumar a sul e explorar a natureza alentejana, enquanto viaja pelo passado.