Desde fabricantes de supercarros a marcas que fabricam automóveis mais vulgares, várias são os construtores que têm apostado cada vez mais na tecnologia híbrida. Pretendem, assim, complementar a potência do motor de combustão e reduzir os consumos. No entanto, como em qualquer outro automóvel, existem vantagens e desvantagens dos carros híbridos que devemos conhecer antes de avançar para a compra definitiva.
Graças aos vários incentivos que as marcas têm oferecido aos clientes para trocarem os seus carros por híbridos, cada vez mais clientes estão a ser cativados por esta tecnologia.
Os especialistas afirmam que este será o futuro por vários motivos. Se, por um lado, o diesel tem os dias contados, por outro os carros elétricos não dão liberdade total de mobilidade. Para além disso, os carros a gasolina consomem muito.
Portanto, ter um híbrido apresenta-se como a melhor forma de ter um carro potente, com baixos consumos e que permite às pessoas chegarem a qualquer lado sem ter que parar 30 minutos a cada 400 quilómetros para recarregar o seu carro.
Vantagens e desvantagens dos carros híbridos
Vamos então saber como funcionam os motores dos carros híbridos, que tipos de híbridos existem, as vantagens e desvantagens dos carros híbridos e concluir se vale a pena ou não trocar o seu carro a diesel ou a gasolina por um híbrido.
Vantagens
Baixos consumos
Apesar de terem mais potência, a maior parte dos carros híbridos é capaz de consumir ainda menos do que um carro diesel. Isto acontece porque o motor a combustão quase nunca está em esforço, uma vez que é auxiliado por um motor elétrico que tem o máximo de binário disponível assim que é acionado.
Como o motor não é forçado, é menos utilizado, logo consome menos combustível e ainda aumenta a sua durabilidade.
Potência
Um híbrido usa um motor “convencional” a combustão, digamos que com uma potência semelhante àquela dos carros apenas movidos a motores térmicos. No entanto, em sinergia com este motor funcionam um ou mais motores elétricos que adicionam cerca de 50 cavalos de potência ao motor a combustão.
Em alguns casos, como o Ferrari LaFerrari, o ganho de potência é de cerca de 200 cavalos de potência.
Ou seja, o resultado é ainda mais potência, mas um consumo muito menor. O melhor dos dois mundos.
Melhor performance
Uma das maiores críticas dos motores a combustão atuais, da era turbo, é o atraso na entrega de potência e as fracas prestações nos regimes mais baixos do motor.
A presença de um motor elétrico aliado a um motor a combustão vai permitir-lhe ter uma maior potência disponível assim que carregar no pedal do acelerador, independente da velocidade ou rotações a que circule.
Isto porque o motor elétrico tem todo o binário disponível instantaneamente, enquanto o turbo do motor a combustão precisa de fazer o ar acelerar para dentro do motor para dar assim a potência máxima.
Com um carro híbrido a potência é a máxima assim que acelera. Como referimos, evita estes esforços extra do motor a combustão, poupando, assim, bastante combustível.
Estabilidade e conforto
Um carro com o motor a combustão tem um centro de gravidade relativamente alto, o que faz com que o carro balanceie muito entre curvas. Há apenas uma forma de contornar este problema: utilizar uma suspensão desportiva.
No entanto, a suspensão desportiva é um pouco desconfortável, sobretudo se circular numa estrada em paralelo igual às tantas que temos no nosso país. Já os carros híbridos têm as baterias colocadas em pontos estratégicos do carro, para melhorar a distribuição de peso e baixar assim o centro de gravidade.
Desta forma permite que tenha uma suspensão confortável no seu carro e que isto não afete a performance do automóvel em condução desportiva, pois como o centro e gravidade é mais baixo, o carro não tem tanta tendência a “rolar”.
Mais uma vez, o melhor dos dois mundos.
Maior segurança
A maior parte dos carros híbridos utiliza o motor a combustão para mover duas rodas motrizes. Por seu turno, utiliza os motores elétricos para mover as outras rodas motrizes.
Isto significa que quase todos os híbridos têm tração integral. Ou seja, significa uma maior segurança na condução, sobretudo em condições de piso molhado onde a aderência pode ser mais reduzida.
Menos poluentes
Um carro híbrido de tamanho familiar emite cerca de 75g de CO2 por cada quilómetro percorrido, enquanto um familiar movido a diesel emite cerca de 150g de CO2.
Este dado prova-nos que um híbrido polui duas vezes menos o ambiente do que o carro a diesel. Isto tem especial importância numa altura em que tanto se fala das alterações climáticas derivadas dos níveis de poluição.
Desvantagens
Preço
Os automóveis híbridos não são propriamente baratos, graças à complexa construção e às próprias características do modelo.
Apesar de como referimos já existirem apoios à compra deste tipo de automóvel, o impacto no orçamento é grande, no entanto se utilizar um híbrido de forma diária e intensa notará rapidamente a compensação no investimento.
Choques elétricos
Em caso de acidente bastante grave, e apesar deste fator acontecer com cada vez menos frequência graças à evolução na segurança dos modelos, os choques elétricos são ainda um perigo a considerar, por causa da grande tensão existente nas baterias e que é libertada muito rapidamente.
Autonomia
Apesar de ser possível, num carro elétrico dificilmente conseguirá percorrer mais de 1000 quilómetros com apenas um depósito.
A existência de dois tipos de motores podem pôr em causa a autonomia do carro, uma vez que para poupar espaço e peso, o depósito de combustível é mais pequeno.
Esta será sempre uma questão subjetiva porque dependerá de fatores externos como o tipo de condução adoptada, as distâncias a percorrer ou o tipo de terreno e pavimento onde circula.
Duração e preço das baterias
As baterias têm um prazo de duração e a sua durabilidade depende do número de ciclos, isto é, do número de vezes que são carregadas e descarregadas. Nomeadamente nas versões híbridas “plug-in”, as baterias acabam terminar os seus ciclos mais rapidamente e para uma boa eficiência do carro necessitam substituição, o que pode tornar-se em algo bastante caro.
No caso dos carros híbridos convencionais, as baterias têm um uso mais contido e deverão aguentar toda a vida útil do carro. Ainda assim, em caso de avaria terá sempre que considerar o valor da substituição deste componente.
Agora que já conhece as vantagens e desvantagens dos carros híbridos, saiba mais sobre o funcionamento destes veículos antes de tomar a sua decisão.
Como funciona um carro híbrido?
Os carros híbridos são veículos que têm um sistema duplo, ou seja, aliam componentes de veículos a gasolina ou diesel com veículos elétricos. Os carros deste grupo têm dois (ou mais) motores: o de combustão e um ou vários elétricos. Estes trabalham em conjunto para dar potência à condução, “alimentar” o carro e poupar combustível.
Quando acelera, os dois tipos de motores funcionam em sinergia para oferecer o melhor desempenho.
No momento de travar, os carros híbridos regeneram grande parte da energia cinética que, de outra forma, seria perdida nas travagens, e isto torna-os mais eficientes do que os automóveis tradicionais.
Quando está parado e começa a iniciar a marcha, os motores elétricos dão o “boost” inicial que faz mover o carro. Assim, alivia trabalho ao motor a combustão no período em que este é menos eficiente e consome mais combustível.
Estas características permitem aos híbridos fazer consumos fantásticos e atingir níveis de poluição muito baixos.
Que tipos de híbridos existem?
Actualmente existem 3 tecnologias utilizadas nos carros híbridos:
Combinados
São os mais vulgares e que tanto podem circular apenas em modo elétrico como apenas com o motor de combustão.
Existem 2 tipos de carros híbridos combinados:
- Híbridos plug-in: é necessário ligar o carro a uma tomada para que este carregue as baterias;
- Híbridos convencionais: o motor a combustão e a energia recuperada nas travagens recarregam as baterias, não sendo necessária qualquer ação humana.
Em paralelo
Nestes, o motor a combustão assume o papel principal e o motor elétrico atua em permanência como um aliado para dar mais potência ao motor térmico, não sendo permitido circular nunca apenas em modo elétrico.
Em série
São talvez o tipo de híbridos menos comuns, mas que atuam de uma maneira exatamente oposta aos híbridos em paralelo. Ou seja, o motor elétrico assume a função principal e o motor a combustão apenas gera energia para alimentar e recarregar o motor elétrico, não sendo utilizado para mover o carro.