Muitas vezes, falamos em vertigens e tonturas como se estas palavras fossem sinónimas, algo que não corresponde exatamente à verdade. Esta falta de precisão linguística pode gerar algumas confusões, nomeadamente erros de diagnóstico.
No fundo, e de um modo geral, podemos dizer que as vertigens são um tipo de tontura, com caraterísticas próprias e, também, causas particulares associadas.
Entender estas diferenças e as suas especificidades, ajudará na identificação do problema de saúde que está na base destes sintomas e manifestações.
Vertigens e tonturas: diferenças e principais causas
As tonturas são um termo que se refere a todos os casos em que há um distúrbio das relações do indivíduo com o espaço.
Provocam uma sensação de desconforto e oscilação a nível de estabilidade (sensação de instabilidade e queda), como se a cabeça estivesse “fora do corpo”. Existe ainda dificuldade na fixação ocular, entre outros sintomas.
Como já adiantámos, as vertigens podem ser consideradas uma forma de tontura. De uma maneira geral, a sua causa relaciona-se com uma lesão a nível do ouvido interno. Essa lesão dá a sensação ilusória de movimento perante o ambiente ou pelo ambiente que envolve o paciente.
Porém, por vezes, as perturbações da visão e a sensibilidade propriocetiva da pele, ossos, músculos e articulações podem também causar tonturas com sintomas muito semelhantes aos das vertigens.
Causas das vertigens
Conforme dissemos, as vertigens são, habitualmente, motivadas por uma lesão no ouvido interno. Isto, porque é aí que se encontram os órgãos responsáveis pelo controlo do equilíbrio.
Esses pequenos órgãos “informam” o cérebro acerca da gravidade, de modo ao corpo conseguir manter o equilíbrio. Porém, essa lesão pode localizar-se no ouvido, nos nervos que ligam o ouvido ao cérebro ou, mesmo, no próprio cérebro.
Este problema pode, também, estar ligado à doença do movimento, que é provocada por um ouvido interno particularmente sensível a dados movimentos, como o balanço, as travagens ou as acelerações bruscas. Assim, não é de admirar que estas pessoas tenham dificuldade em fazer viagens de carro ou de barco.
As vertigens podem, contudo, ter outras causas associadas que também devem ser consideradas, tais como:
- problemas visuais;
- alterações súbitas da tensão arterial;
- arritmia cardíaca;
- hipoglicémia;
- descida repentina da tensão arterial;
- ansiedade.
Principais sintomas
Já avançámos alguns dos principais sinais que as vertigens dão. Todavia, é importante sublinhar que as vertigens podem, também, fazer-se acompanhar de tonturas, de uma sensação de leveza na cabeça ou, mesmo, de desmaio, com perda de equilíbrio ou instabilidade.
A duração destes episódios pode variar entre breves minutos e, mesmo, horas. Neste sentido, é também frequente o surgimento de náuseas e vómitos intensos.
No entanto, há que ter em atenção que a manifestação de vertigens juntamente com cefaleias, fala arrastada, visão dupla, fraqueza de um dos membros e movimentos descoordenados pode ser sinal de um distúrbio neurológico cerebral e não de uma problema de otorrino.
Exames complementares de diagnóstico
Para identificar corretamente a causa ou causas das vertigens, existem alguns exames complementares de diagnóstico que pode ser necessário fazer, tais como:
- Leituras da pressão arterial;
- ECG (eletrocardiograma);
- Audiometria;
- Teste de equilíbrio (ENG – eletronistagmografia);
- Ressonância magnética.
vertigens e tonturas: Tratamentos e cuidados
As vertigens pontuais e de curta duração não carecem de qualquer tipo de tratamento específico.
Já em casos mais graves e recorrentes, há manobras que podem ser executadas para controlar as vertigens. Os restantes tipos de tratamento irão depender da causa das vertigens, podendo passar por fármacos anti-inflamatórios, anti-eméticos, entre outros.
Como proceder durante uma vertigem
Quem sofre de vertigens, deve tomar precauções específicas, de modo a proteger-se e a não sofrer acidentes decorrentes dos efeitos provocados pelas tonturas. Assim, em caso de vertigem:
- Mantenha-se quieto e descanse, enquanto os sintomas não passarem;
- Evite mudanças bruscas nos movimentos ou posição;
- Aumente lentamente a sua atividade;
- Se necessário, recorra a auxiliares de locomoção, como bengalas;
- Evite focar luzes brilhantes, ver televisão ou ler;
- Evite conduzir, operar maquinaria e escalar até uma semana depois dos sintomas terem desaparecido.