Não há verão sem Viagem Medieval. É assim há 20 anos em Santa Maria da Feira, que, até 07 de agosto, volta a ser o burgo medieval em que cavaleiros com pesadas armaduras empunham grandes espadas e disputam torneios.
Durante doze dias o centro histórico da cidade transforma-se numa grande feira da Idade Média em que marcam presença mercadores, artesãos, ferreiros, padeiros, almocreves e vendedores de licores. Enquanto no interior do castelo, pode apreciar cenas da vida quotidiana da época, no exterior, só os mais aventureiros se atrevem a participar nos festins de época e a saborear as iguarias de outros tempos. Pelas ruas nas imediações do castelo, saltimbancos, músicos, malabaristas e cuspidores de fogo exibem as suas artes, fazendo com que os visitantes se sintam transportados no tempo.
Este ano, o mote da Viagem Medieval vai para o final do século XIII, altura em que D. Dinis é o rei de Portugal, o monarca que abriu caminhos à descoberta de novos mares, de outros mundos. D. Dinis, o rei lavrador, o rei poeta, o rei trovador foi quem definiu as fronteiras de Portugal no Tratado de Alcanizes. Reforçou a identidade nacional, dando assim mais brilho ao conceito de estado-nação. Casou com Isabel de Aragão que ficaria conhecida como Rainha Santa – a rainha do Milagre das Rosas. Era um político nato, rei justo e piedoso, perspicaz e inteligente, forte e determinado. A sua marca perdura no tempo e faz parte da História de Portugal. Poderá também fazer parte dela ao longo destes 12 dias de Viagem Medieval.
Os números de uma Viagem Medieval de sucesso
O evento é a maior recriação histórica da Península Ibérica, para a qual trabalham todos os dias duas mil pessoas, num espaço que ocupa 33 hectares, com 28 áreas temáticas, 1500 performances e que se estende até ao centro histórico da cidade.
A festa começa a ser preparada no outono do ano anterior e implica um exaustivo trabalho de investigação, para que todo o evento se enquadre na perfeição no reinado escolhido para tema. Uma das novidades desta edição é o Estaleiro Naval, nas margens do rio Cáster, que mostra a razão de D. Dinis ter sido apelidado por Fernando Pessoa como o “plantador de naus”. Foi, aliás, também no seu reinado que, com a madeira dos pinhais de Leiria, se começam a construir as naus e caravelas.
Os espetáculos de grande formato são o centro das atenções: acontecem diariamente nas margens do rio, das 15h à 01h. São eles
- Em Honra D’ Isabel (18h30);
- Dinis e Isabel (21h30);
- A Conspiração (23h15);
- O Legado (00h30), este último, uma espécie de retrospetiva das 20 edições.
Ao longo dos dias, há espetáculos mais pequenos que retratam episódios da época.
Uma das características da Viagem Medieval é o facto de envolver a população, num total de mais de 60 grupos e associações da zona participam no projeto, além de artistas em diferentes áreas, construindo-se, assim, um espetáculo onde a população local é preponderante.
Por sua vez, os trajes típicos, começam a ser preparados logo após a decisão do reinado em vigor na próxima edição. Desde essa altura que um grupo de oito a dez costureiras se ocupa todos os dias da confeção das vestes.
Preços
Pulseira (acesso diário durante toda a viagem medieval): 7€
Bilhetes diários:
- 27, 28 e 29 julho: 1,50€
- 30 julho: 4€
- 31 julho: 3,50€
- 01 agosto: 1,50€
- 02, 03 e 04 agosto: 2,50€
- 05 agosto: 3,50€
- 06 agosto: 4€
- 07 agosto: 3,50€
Horário
- De segunda a sexta-feira: 15h – 01h00
- Sábados e domingos: 12h00 – 01h00
Como chegar
De carro:
- A1 (Porto/Lisboa/Porto) -> Saída “Feira”
- A29 (Aveiro/Porto/Aveiro) -> Saída “Feira”
- A32 (Oliveira de Azeméis/Porto/Oliveira de Azeméis) -> Saída “Feira”
De autocarro:
- Porto (Batalha) – Santa Maria da Feira (centro – rotunda hospital): Transdev / UTC – União Transportes Carvalhos / Auto viação Feirense
A Viagem Medieval conquistou, este ano, a sua primeira distinção internacional: o Prémio Ciudad de Castellón, atribuído pela Fundação Moros d’Alqueria (Espanha). Já em Portugal é um verdadeiro caso de sucesso, sendo desde 2008 sido premiada nas categorias de animação e cultura.
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