Teresa Campos
Teresa Campos
11 Out, 2023 - 10:27

Vigorexia: o distúrbio de quem treina de mais

Teresa Campos

A vigorexia é um transtorno dismórfico muscular cada vez mais comum. As consequências podem ser graves, por isso o tratamento é fundamental.

distúrbio vigorexia

Habituamo-nos a ouvir dizer que praticar exercício físico é bom para a saúde, mas, como em tudo, o exagero pode transformar esta rotina saudável em algo nocivo para o organismo. E a vigorexia corresponde a isso mesmo.

Trata-se de uma busca incessante pelo corpo perfeito que, no caso desta patologia, é entendido como um corpo musculado e bem tonificado.

Por isso, o problema é que quem sofre deste distúrbio, mesmo quando já tem uma aparência forte e musculada, continua a sentir-se magro e fraco. Como tal, escusado será dizer que as consequências deste transtorno podem ser muito graves.

Vigorexia, um problema de saúde real

A vigorexia, também conhecida como Síndrome de Adónis ou Transtorno Dismórfico Muscular, é uma doença psicológica que se caracteriza por uma insatisfação constante com o corpo. E ao contrário da anorexia, por exemplo, as pessoas que sofrem deste distúrbio vêem-se sempre muito magras e fracas, mesmo quando têm uma aparência forte e musculada.

Desta forma, este transtorno afeta, sobretudo, homens entre os 18 e os 35 anos de idade e as suas principais consequências e sintomas são a prática exagerada de exercício físico, com aumento constante da carga, uma preocupação excessiva com a alimentação e o uso frequente de anabolizantes. Assim, a vigorexia pode trazer graves consequências para a saúde física e mental. Fique a perceber melhor este problema.

halteres e anabolizantes vigorexia

Como já dissemos, a vigorexia é um Transtorno Obsessivo Compulsivo. A sua origem pode estar no mau funcionamento de alguns neurotransmissores do sistema nervoso central. Além disso, a idealização corporal e a obsessão com um padrão de beleza tido como perfeito são, frequentemente, o ponto de partida para a adoção de comportamentos compulsivos, como a obsessão com exercício físico e com uma alimentação saudável.

Sintomas

Além dos sinais já descritos, a vigorexia pode manifestar-se de outras formas, nomeadamente:

  • Dor muscular persistente;
  • Cansaço extremo;
  • Irritabilidade;
  • Depressão;
  • Anorexia ou dieta muito restritiva;
  • Insónias;
  • Aumento da frequência cardíaca , mesmo em repouso;
  • Menor desempenho sexual;
  • Sentimento de inferioridade.

Dieta alimentar

Uma das caraterísticas deste distúrbio é a tendência para adotar uma alimentação muito restritiva, onde não são consumidas quaisquer gorduras e há uma preferência por alimentos ricos em proteínas, sempre com o propósito de aumentar a massa muscular.

Desta forma, e paralelamente a este comportamento alimentar, há lugar a um uso excessivo de anabolizantes e suplementos proteicos o que, somado às horas passadas no ginásio, pode provocar danos graves na saúde.

excesso de exercício físico

Consequências

Como doença que é, a vigorexia pode trazer consequências graves para o bem-estar do organismo, como o uso exagerado e continuado de hormonas esteróides anabolizantes e de suplementos alimentares proteicos. Isto pode pode provocar insuficiência renal ou hepática, problemas de circulação, ansiedade e depressão, câncro de próstata e problemas de fertilidade masculina.

Tratamento

Esta patologia, como qualquer outra, deve ser tratada e, o primeiro passo, é consultar um profissional de saúde, procurar ajuda e esperar pelo diagnóstico e consequentes indicações terapêuticas.

Neste caso, o acompanhamento deve ser feito por um clínico geral, um psicólogo, um nutricionista e um personal trainer (de preferência o instrutor que segue o paciente). Assim sendo, a psicoterapia é a melhor maneira de ajudar a pessoa a aceitar-se como ela é, de modo a aumentar a sua auto-estima e auto-confiança.

Durante esse período de tratamento, é recomendada a suspensão do uso de anabolizantes e suplementos proteicos, sendo que a alimentação deve ser equilibrada e orientada por um nutricionista. Contudo, em alguns casos, pode também ser necessária a administração de medicamentos com serotonina, capazes de controlar os sinais de depressão e ansiedade.

Portanto, no que respeita à prática de exercício físico, ela não deve ser interrompida, mas adaptada e adequada, de acordo com as sugestões do personal trainer.

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