Os dados são de 2013 mas foram conhecidos em 2015: de acordo com a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, a ansiedade é a doença mental com mais prevalência em Portugal, afeta 16,5% dos portugueses, com principal enfoque nos jovens e adultos entre os 18 e os 34 anos.
Hoje em dia, viver com ansiedade ainda é uma barreira ao tratamento: de acordo com os especialistas, muitos doentes ainda não reconhecem o problema nem procuram ajudam.
Ainda assim, é importante dizer que todos nós já sofremos de algum tipo de ansiedade. Sendo esta uma doença mental, pode e deve ser tratada convenientemente, já que é uma condição stressante e que pode ser até incapacitante.
De acordo com o psicólogo clínico Lee Kannis-Dymand e a professora universitária de psicoterapia clínica Janet D. Carter, a ansiedade pode ser definida como “um estado mais duradouro de ameaça ou apreensão que envolve medo mas também a crença de que certas coisas ou situações são incontroláveis ou incertas”. Assim sendo, viver com ansiedade é estar em constante modo de alerta até porque a “ameaça” pode ser explicada (e sentida) de várias maneiras.
5 factos sobre viver com ansiedade
1. A ansiedade tem efeitos físicos
Ainda que esta seja uma doença mental, a ansiedade provoca mal-estar físico. Ataques de pânico, batimento cardíaco irregular, tonturas e dores de cabeça (em alguns casos, de tal forma fortes que se tornam incapacitantes) são alguns sinais de que está a sofrer um ataque de ansiedade.
2. O medo é real
Viver com ansiedade molda a forma como os pensamentos são encadeados, de tal forma que são encontradas ameaças onde realmente não existem. O paciente sente e vive esse medo (até mesmo com reações físicas), por isso, dizer-lhe “não te preocupes com isso” ou “não tens razões para te preocupares” não ajuda e acaba por tornar a situação ainda pior.
3. Os ataques de ansiedade não têm hora marcada
Não é possível prever quando a ansiedade vai “atacar”, o que não significa que estes ataques não tenham uma causa ou justificação, por isso é que é difícil tratar esta doença mental.
4. Ainda são poucos os que recebem tratamento
De acordo com o estudo da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, nos últimos anos, 27,9% das pessoas procuraram cuidados de saúde mental, principalmente junto dos médicos de família. Segundo os especialistas, o estigma de viver com ansiedade continua a ser uma barreira ao tratamento, já que muitos destes pacientes continuam a pensar que não precisam de ajuda.
5. A ansiedade não “desaparece” de um momento para o outro
Quem não sofre deste problema tem tendência, em muitos casos, a desdramatizar a doença e a garantir que a ansiedade resolve-se “com força de vontade”. Dizer isto é o mesmo que culpar o paciente por este estado. Na realidade, a ansiedade pode ser controlada desde que o paciente seja acompanhado por médicos especializados. Todas as restantes “soluções” apontadas são meras falácias.
Como combater a ansiedade?
Os “truques” são diversos. Além do acompanhamento médico especializado (fundamental para o tratamento da doença), existem várias estratégias que ajudam a reduzir os sintomas. A prática regular de exercício físico, respiração lenta e técnicas de relaxamento muscular podem ser uma grande ajuda para combater a ansiedade.
Os especialistas deixam ainda umas dicas sobre o que não fazer para não potenciar os ataques de ansiedade: ingerir bebidas alcoólicas, comer em demasia (nomeadamente, determinados alimentos que pioram a ansiedade, sobretudo doces e fast-food) e isolar-se de familiares e do grupo de amigos.
Não se esqueça: os ataques de ansiedade não definem o caráter de uma pessoa. Esta é uma doença mental e deve ser tratada de forma adequada.
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