Cláudia Pereira
Cláudia Pereira
05 Dez, 2024 - 20:00

Viver com salário mínimo em Portugal: dicas e estratégias

Cláudia Pereira

Viver com o salário mínimo em Portugal pode ser desafiante. Descubra estratégias práticas para gerir o orçamento e aproveitar os apoios disponíveis.

Viver com o salário mínimo em Portugal é um desafio diário para muitas famílias. Com um rendimento de 870 euros brutos em 2025, organizar as despesas essenciais e manter alguma qualidade de vida requer planeamento rigoroso e alguma criatividade.

Apesar do aumento significativo no custo de vida, é possível tentar otimizar o orçamento com as estratégias certas. Este guia prático reúne sugestões financeiras, apoios disponíveis e dicas úteis para ajudar quem vive com o salário mínimo em Portugal.

Estratégias para gerir o orçamento com o salário mínimo

Como é possível organizar as finanças e fazer o orçamento render mesmo com um ou dois salários mínimos? Com algumas mudanças e escolhas conscientes, é possível melhorar a gestão financeira. A seguir, descubra estratégias práticas para maximizar os recursos, reduzir despesas e aproveitar os apoios disponíveis:

1. Defina um orçamento claro e realista

O primeiro passo para gerir as finanças com eficácia é criar um orçamento detalhado. Comece por listar as despesas fixas, como renda, alimentação e serviços essenciais, e as despesas variáveis, como transporte e lazer. Defina prioridades e identifique áreas onde é possível reduzir custos. Ferramentas digitais e aplicações de gestão financeira podem ser grandes aliados para acompanhar os gastos e manter tudo sob controlo.

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2. Escolha bem onde morar

A habitação costuma ser a maior fatia do orçamento, exigindo escolhas estratégicas para equilibrar as finanças. Para quem vive com o salário mínimo, partilhar casa ou alugar um quarto pode ser uma solução prática e acessível. Nas cidades do interior os custos de arrendamento são significativamente mais baixos, permitindo uma maior folga financeira. Explorar programas de apoio ao arrendamento ou opções de habitação social pode ajudar a aliviar este encargo.

3. Aproveite promoções e descontos

Os supermercados podem ser grandes aliados na poupança, desde que aproveite bem as oportunidades disponíveis. Fique atento aos folhetos promocionais e utilize cartões de fidelização para acumular descontos. Dê preferência às marcas brancas, que muitas vezes oferecem boa qualidade a preços mais baixos. Planeie as suas refeições com base nos produtos em promoção e escolha alimentos da época, que tendem a ser mais económicos e frescos.

4. Reduza despesas com bens não essenciais

Gerir um orçamento apertado exige fazer escolhas conscientes e ajustes no estilo de vida, como reduzir refeições fora de casa, subscrições que não utiliza regularmente ou compras impulsivas. Para poupar ainda mais, considere adquirir roupa, mobiliário e outros itens em lojas de segunda mão ou online, onde é possível encontrar produtos de boa qualidade a preços muito mais acessíveis. Explorar mercados de trocas ou plataformas de venda online pode ser uma excelente alternativa para economizar e, simultaneamente, contribuir para um consumo mais sustentável.

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5. Cozinhe em casa e evite desperdícios

Preparar refeições em casa é uma das formas mais eficazes de poupar dinheiro e adotar uma alimentação mais saudável. Cozinhar em maior quantidade e congelar porções não só reduz o desperdício, mas também economiza tempo durante a semana. Planear as refeições com antecedência permite aproveitar promoções nos supermercados e utilizar ingredientes que já tem em casa, evitando gastos desnecessários. Experimente receitas simples e versáteis que possam ser adaptadas com os ingredientes disponíveis.

Apoios disponíveis para quem vive com o salário mínimo

O Estado português oferece diversos apoios para as famílias com rendimentos baixos, que podem fazer toda a diferença no final do mês:

Isenção de impostos – os trabalhadores que recebem o salário mínimo estão isentos de pagar IRS, graças ao mínimo de existência. Quem possui casa própria pode beneficiar de isenção de IMI, desde que o valor patrimonial do imóvel se enquadre nos limites estabelecidos por lei.

Tarifas sociais – famílias com rendimentos reduzidos podem usufruir de tarifas sociais em serviços essenciais, como eletricidade, gás e água. Estes descontos ajudam a reduzir significativamente os custos mensais, aliviando o orçamento doméstico.

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Abono de família e abono pré-natal – famílias com crianças podem beneficiar do abono de família, atribuído com base nos rendimentos do agregado. Mulheres grávidas podem solicitar o abono pré-natal, um apoio financeiro destinado a ajudar nas despesas associadas à gravidez. Estes apoios são essenciais para promover a igualdade de oportunidades e aliviar encargos em momentos importantes da vida.

Apoios escolares e bolsa de estudos – existem diversos apoios escolares disponíveis, como refeições subsidiadas, manuais escolares gratuitos e transporte escolar, que ajudam a reduzir os encargos associados à educação. Estudantes do ensino superior provenientes de famílias com baixos rendimentos têm a possibilidade de se candidatar a bolsas de estudo, que ajudam a cobrir despesas com propinas, material escolar e alojamento. 

Descontos em transportes – o Circula.pt e o Passe Ferroviário Verde oferecem descontos significativos para reduzir os custos de transporte. Adicionalmente, em algumas regiões, crianças e jovens até aos 23 anos têm acesso a passes gratuitos, tornando a mobilidade mais acessível para as famílias.

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Dê o primeiro passo para transformar o seu orçamento

Gerir o orçamento com o salário mínimo em Portugal é uma tarefa difícil; as estratégias certas e os apoios disponíveis, podem ajudar a alcançar uma gestão financeira mais equilibrada. O desafio é simples: comece hoje a aplicar pelo menos uma das dicas apresentadas neste artigo. Seja ao criar um orçamento detalhado, aproveitar os apoios estatais ou reduzir pequenas despesas, cada passo conta. Lembre-se, mudanças consistentes no dia a dia podem fazer toda a diferença no final do mês.

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