Fez as delícias de milhares de jovens, e também de seniores, numa época em que as marcas equipavam os pequenos citadinos com mecânicas potentes, tornando-os em pequenos desportivos acessíveis. Era o Volkswagen Polo G40.
Foi o tempo dos pocket rocket, pequenos automóveis como “foguetes”, com motores potentes que faziam as delícias de quem os conduzia.
A adrenalina de quem ia ao volante, estava sempre em alta, e isso tornou-se um vício para uma geração de novos e jovens condutores.
“Apimentado” com pormenores que sublinhavam o carácter desportivo, o Polo G40, muito devido à destreza e agilidade em estrada, tornou-se rapidamente num dos mais apetecidos pequenos desportivos da geração dos anos 80 do século passado. Ter um, mais do que uma ambição, era sinal de irreverência e… liberdade.
Volkswagen Polo G40: 7 anos de produção
O normal Polo, de que deriva o G40, surgiu em 1975, numa altura em que a marca alemã decidiu mudar o conceito automóvel. Até aí os seus automóveis seguiam a filosofia de motor traseiro arrefecido a ar, uma solução que capitalizou no bem sucedido carocha, mas que não iria vingar nos projetos futuros da Volkswagen.
O primeiro automóvel da marca alemã com motor dianteiro e arrefecido a água foi o Passat (1973), solução que viria a ser adotada nos modelos vindouros.
Percebendo que tinha de apostar num novo “carro do povo” – um automóvel de porte menor, mas ao mesmo tempo simples e barato de fabricar –, a Volkswagen apresentou em 1975 o Polo.
Foi um citadino que rapidamente conquistou importante fatia de mercado e atualmente ainda está inscrito na lista de preferências do público em geral, pois continua a ser produzido.
É no seguimento do êxito deste pequeno modelo que surge o Polo G40 (produção entre 1987 e 1994), apresentado oficialmente em 1985 no Salão Automóvel de Frankfurt.
Lançado sob uma base rolante já com 9 anos, o G40 tem o mérito de ser um dos modelos mais vendidos em alguns países da Europa, e onde hoje ainda é possível ver alguns modelos em circulação.
Versões com 115 e 113 cv e 196 km/h
Conhecido como Polo G40, Polo GT 40, Polo G-40 ou mais simplesmente Polo G, o pequeno foguete alemão era disponibilizado em duas versões.
Uma mais “simples”, cujo motor 1,3 litros, equipado com catalisador, apenas chegava aos 113 cv. E outra, mais apetecível, ou mais “apimentada”, ainda que tivesse apenas mais 2 cv (115 cv).
Tratava-se da versão equipada com compressor volumétrico G-lader, que dá origem à denominação “G”, sendo que ‘40’ traduz a referência da dimensão em milímetros do compressor.
Pequeno no tamanho, o Polo G40 era, e é, um verdadeiro foguete. E para a rapidez contribuem a leveza do chassis (917 kg) aliado ao nervoso motor 1.3 litros apoiado pelo compressor volumétrico.
O conjunto debita 115 cv e cumpria o tradicional sprint 0-100 km/h em 9 segundos. O primeiro quilómetro lançado era percorrido em 30 segundos e a velocidade máxima aflorava o número mágico que andava na cabeça dos jovens: 200 km/h (196 km/h segundo a marca). Rápido, muito rápido.
Esta conjugação de elementos, que encontramos na ficha técnica do Polo G-40, explicam grande parte do sucesso do modelo que, de vez em quando, pregava grandes sustos aos condutores menos avisados.
Muito motor… pouco chassis
Os tais sustos prendem-se com uma faceta que o Polo G40 tinha. Sendo derivado de um modelo citadino, sem ambição maior do que realizar viagens pendulares nas cidades e nas suas redondezas, o chassis, travões e suspensões não estavam adequados a receber motor com tanta potência. Facto que transformou o pequeno citadino num pequeno e ambicioso desportivo.
Com a configuração G40, o Polo, cuja versão normal era então conhecida como Polo Fox, aproximava-se das pretensões do então Golf GTI.
Ainda assim, a marca alemã equipou o G40 com suspensões rebaixadas em 20 mm, braços de direção específicos, jantes de liga leve BBS 5.5 Jx13 e, para refrear os ímpetos do bloco que disponibilizada 115 cv, montou travões de disco dianteiros ventilados.
O habitáculo era condizente com a aspiração desportiva do modelo, sendo que uma das versões disponibilizada denominava-se Le Mans.
Os números do Volkswagen Polo G40
A justificar todo o desempenho e dinâmica deste pocket rocket que exigia “mãos” de piloto a quem o conduzia e ombreava, na estrada, com modelos como Citröen AX GT e GTi; Fiat Uno Turbo ie; Renault 5 Turbo; Peugeot 205 GTi ou Opel Corsa GT, está a ficha técnica:
- Potência – 115 cv
- Motor – 4 cilindros em linha
- Cilindrada – 1272 cm3
- Distribuição – 8 válvulas Compressor
- Binário – 148 Nm (3600 rpm)
- Transmissão – Tração à frente, caixa de velocidades manual 5 velocidades
- Peso médio – 917 kg
- Pneus – 175/60/13
- Relação potência/peso – 8.0 kg/cv
- Coeficiente aerodinâmico 0.390 cx
- Consumo misto – 7,4l/100 km
- Consumo urbano –13,6 l/100 km
- Velocidade máxima – 196 km/h
Sucesso também nas pistas
O Volkswagen Polo G40 que ainda hoje faz virar muitas cabeças, apesar de ser um clássico, foi substituído na Europa, em 1995, pelo Polo GTI, mas manteve-se em comercialização, no Reino Unido, até 2000.
Pelo meio ficam as três gerações do Polo G40. A última, também conhecida como Polo 3, apresentava algumas diferenças, como a montagem de faróis retangulares, e modificação a nível de motor. Destas, a mais significativa é a adoção de injeção de combustível (injeção multiponto), que substituiu os carburadores e possibilitou a introdução de catalisador.
O Polo G40 (mk3,) com o tradicional compressor G-lader e um intercooler, via a potência baixar para 113 cv devido a receber, igualmente, o catalisador. Para que o conjunto tivesse uma melhor resposta, recebia suspensão mais eficaz e reforço da barra estabilizadora traseira, elementos que intensificaram a segurança.
Além do sucesso comercial, o Polo G40 saiu-se também muito bem nas pistas, somando êxitos, não só no campeonato monomarca de velocidade, que promovia a publicidade do modelo, mas igualmente em competições como o Super Coupe Cup, onde batalhava com os modelos da Renault, Rover e Honda.