Chegou ao fim a era diesel para a marca Volvo. A empresa comunicou, esta terça-feira, que acaba com a produção de automóveis a diesel, anunciando o modelo que termina esta jornada. O Volvo XC90 é o último exemplar da Volvo Cars movido a gasóleo. O SUV foi produzido em Torslanda, na Suécia, contudo não estará disponível para venda.
Isto porque o seu destino final é Gotemburgo, onde ficará exposto no museu da marca, enquanto marco histórico e ponto de viragem da empresa.
A transição da produção de veículos tradicionais para elétricos foi anunciada durante a Climate Week em Nova Iorque, colocando a Volvo na vanguarda da transição ecológica.
Os primeiros passos em prol da ação climática já tinham sido confirmados em 2022, quando a marca cessou o desenvolvimento de novos motores a combustão.
Uma decisão que surge em concordância com o objetivo da Volvo em atingir a neutralidade climática até 2040.
Fim da era diesel. O que se segue?
Para a Volvo Cars o fim dos automóveis a diesel como o Volvo XC90 pressupõe a comercialização de automóveis elétricos a 100%, a partir de 2030.
Os desafios ecológicos propostos às indústrias automóveis encontram-se no cerne desta decisão, bem como a crescente preferência dos clientes por veículos elétricos.
Refira-se que apenas há 4 anos, o motor a gasóleo assumia a dianteira de vendas de veículos novos. Na época a marca fabricava maioritariamente veículos a gasóleo, no entanto a tendência tem vindo a alterar-se.
A evolução da procura de mercado e a legislação rigorosa relativa às emissões direcionaram a Volvo para a eletrificação dos veículos, principiando uma nova era.
Porém, a maioria das marcas na Europa ainda apresenta três gamas distintas: convencional, híbrido e elétrico.
Jim Rowan, CEO da Volvo Cars refere que “os automóveis elétricos são o nosso futuro e são superiores aos motores de combustão: geram menos ruído, menos vibração, menos custos de manutenção para os nossos clientes e zero emissões de gases de escape.”
Com os olhos postos no futuro o CEO realça o compromisso com as preferências dos clientes e com o ambiente, revelando os próximos planos para a marca:
“Estamos totalmente concentrados na criação de uma gama vasta de automóveis premium, totalmente elétricos, que cumpram tudo o que os nossos clientes esperam de um Volvo. Serão também uma parte fundamental da nossa resposta às alterações climáticas.”
Volvo e os automóveis a diesel
A icónica Volvo possui extensos anos de história, sendo uma marca de referência mundial na indústria automóvel.
Em 1927 Gustav Larson e Assar Gabrielsson deram o primeiro passo rumo ao sucesso com o lançamento do ÖV4, um descapotável com um motor de quatro cilindros.
A caminho dos 100 anos de existência, a Volvo sempre triunfou com os veículos a diesel, constituindo um pilar fundamental na reputação da marca.
Conheça os marcos mais importantes da Volvo numa aliança efémera com os automóveis a diesel.
- 1979 – A Volvo apresenta o seu primeiro automóvel a gasóleo de sempre, o Volvo 244 GL D6, o primeiro motor a gasóleo de seis cilindros do mundo para automóveis de passageiros.
- 2001 – Lançamento da Volvo V70 em conjunto com o primeiro motor a diesel Volvo de fabrico próprio.
- 2008 – O primeiro indício da transição ecológica da Volvo. A linha Drive-E, que incluía motores a diesel de 1,6 litros, ficou célebre pelos motores compactos, porém muito eficazes, que conseguiam percorrer 1.300 km com apenas um tanque de combustível. Além disso apresentavam níveis de emissão de CO2 tão reduzidos que eram considerados “motores ecológicos” na Suécia.
- 2012 – Lançamento do Volvo V60 D6 híbrido plug-in, o primeiro híbrido plug-in do mundo equipado com um motor a gasóleo.
- 2013 – Pela segunda vez, a Volvo lança uma família de motores a gasóleo de fabrico próprio: Volvo Engine Architecture (VEA).
Uma década depois a marca oficializa o fim dos automóveis a diesel, com o último Volvo XC90, dando lugar a uma reestruturação totalmente ecológica na sua linha de produção.
A incógnita que persiste é se a iniciativa da Volvo em direção a um mercado automóvel mais sustentável irá encorajar a restante indústria automóvel a adotar o mesmo percurso.