Dizer “vou emigrar” pode até ser simples. No entanto, antes de fazer as malas e partir, há que obter algumas informações, tomar decisões e cumprir alguns requisitos.
Portanto, se quer voar de Portugal, por necessidade ou pela experiência, reunimos algumas dicas essenciais numa espécie de guia prático.
Se já decidiu que quer ir trabalhar para outro país, conheça alguns pormenores que deve ter em conta.
Vou emigrar: questões importantes a ter em conta
É necessária autorização?
Em regra, não precisa de autorização para trabalhar por conta de outrem nos países da UE, na Islândia, no Listenstaine ou na Noruega.
E se é trabalhador/a independente, a autorização de trabalho não é mesmo necessária.
A que tem direito como trabalhador/a num país estrangeiro?
Se for trabalhar para um outro país da União Europeia terá os mesmos direitos dos cidadãos desse país, o que inclui o salário e todas as condições de trabalho aplicáveis. Para além dessas, tem direito também a:
- Saúde e a segurança no trabalho;
- Acesso a formação e a escolas profissionais – para si e para os seus filhos;
- Acesso ao alojamento – incluindo a habitação social e o acesso facilitado a habitação própria;
- Direito a aderir a um sindicato, a votar e a ser eleito para os lugares de administração ou de direção de uma organização sindical;
- Benefícios sociais e fiscais;
- Despedimento, reintegração após o despedimento e o re-emprego.
Reconhecimento de qualificações profissionais
Em alguns casos pode ser necessário pedir o reconhecimento de qualificações profissionais.
Se a sua profissão estiver regulamentada no país de destino, vai ter de pedir o reconhecimento das suas qualificações profissionais. Porém, há profissões cujo reconhecimento pode ser feito de forma simplificada, através da carteira profissional europeia.
Onde deverá pagar os impostos no país onde tiver residência fiscal
Esta é uma dúvida muito comum e que é fundamental esclarecer. Deve pagar impostos no país de origem ou no país estrangeiro onde trabalha?
Normalmente, os seus rendimentos devem ser tributados no país onde tem residência fiscal e caso essa passe a ser no estrangeiro – o que acontece com quem emigra – deve informar as Finanças em Portugal.
Cuidado que pode arriscar-se a que os seus rendimentos sejam tributados por dois países (dupla tributação).
Outras informações
Para mais informações sobre tudo o que precisa de saber se vai emigrar está no portal do e-portugal.
Decidi que vou emigrar: encontrar emprego no estrangeiro
A decisão está tomada, “vou emigrar”. E agora? O primeiro passo é procurar ofertas de emprego e enviar candidaturas. Para o efeito, há uma rede de sites de emprego onde é possível encontrar a oportunidade para “dar o salto”. Mas esse não é o único meio para conseguir trabalho no estrangeiro. A rede de amigos e/ou familiares, ou mesmo de conhecidos que já exerçam atividade profissional noutro país pode ajudar.
Sites de emprego
São muitas as plataformas online que facilitam a procura de emprego no estrangeiro, quer na Europa, quer no mundo, no setor público ou privado e nas mais diversas áreas de trabalho.
Apresentamos alguns:
Eures – Este é o Portal Europeu de Mobilidade Profissional da União Europeia, onde é possível encontrar ofertas de países da União Europeia, bem como informações sobre o que precisa para para viver e trabalhar no estrangeiro.
Linkedin – A rede social profissional presente em todo o mundo e que permite, com maior facilidade, mostrar o CV e candidatar-se e receber ofertas.
Para quem pretende trabalhar no estrangeiro, é obrigatório criar um perfil com toda a informação relevante, visto que esta é uma das plataformas de emprego mais consultadas pelas próprias empresas.
International Careers & Jobs – Nesta plataforma é possível encontrar anúncios de emprego, sites e agências de recrutamento para vários destinos.
Indeed – Esta é uma das plataformas de emprego mais populares do mundo, onde é possível selecionar o país pretendido e as respetivas vagas de emprego.
Vou emigrar: 5 dicas essenciais
Depois de decidir “vou emigrar”, há alguns pontos a considerar que podem facilitar o processo de mudança de país.
Rede de contactos
A sua rede de contactos que inclui amigos, familiares e colegas de profissão podem ser o ponto de partida. Conhecer alguém que já emigrou é a forma mais simples e rápida de saber com o que pode contar naquele país estrangeiro, nomeadamente no que respeita a condições de trabalho e custo de vida.
Visita de reconhecimento
É sempre prudente visitar o país ou países para onde pensa emigrar. Estar lá faz toda a diferença. Por isso, se tiver essa possibilidade, faça uma escapadinha e veja por si mesmo como tudo funciona, os espaços, as pessoas, o clima.
Procura de emprego
Caso já trabalhe com uma empresa estrangeira, o processo pode ser muito simples. Poderá, ainda, conhecer pessoas que trabalhem noutro(s) país(es) que tenham conhecimento de possibilidades de emprego às quais pode candidatar-se. Assim tudo será mais fácil.
No entanto, não é fundamental que assim seja. Há diversas plataformas de emprego online onde poderá pesquisar ofertas que se adequem ao seu perfil e objetivos. Antes de se candidatar, importante ainda que prepare o seu currículo, nomeadamente no idioma do país.
Idioma
Quando diz “vou emigrar” porque tem vontade de ir trabalhar noutro país, qual a primeira coisa, ou uma das coisas, em que pensa a seguir? Talvez seja o idioma. Aliás, estar à vontade com a língua que se fala no destino escolhido facilita a integração. Assim, um país onde se fale Português pode estar nas preferências, bem como outro em que se sinta à vontade. Caso deseje mesmo emigrar para um país cuja língua não domina, inscreva-se antecipadamente, se possível, num curso intensivo, pelo menos para conseguir dizer e entender o essencial.
O inglês é o idioma universal.
Documentação
Um dos aspetos mais importantes no momento de emigrar é garantir toda a documentação necessária a uma permanência legal no país de acolhimento. Dependendo do objetivo, das condições e período de estadia, toda a documentação deve estar regularizada, nomeadamente, contrato de trabalho, visto de residência ou outro.
Vacinas
Dependendo do país de destino, nomeadamente do continente africano, poderá ser necessário cumprir um plano de vacinas especificas que garantam a segurança e saúde. Deve informar-se desta necessidade, atempadamente, na unidade de saúde da área de residência.
Alojamento
Claro que não basta decidir que “vou emigrar”, fazer as malas e ir. É importante garantir que tem onde ficar. O alojamento pode até ser, numa primeira fase, garantido por um familiar, amigo e mesmo a entidade empregadora. No entanto, deve sempre tratar de encontrar um espaço próprio, sobretudo se vai sem data de regresso.
Nas plataformas de emprego e outras poderá, com alguma facilidade, encontrar informação, incluindo custos de diferentes zonas residenciais.
Emigração: principais destinos dos portugueses
Há muito que os portugueses povoam o mundo. Mas, há alguns países que se destacam. Entre eles destacam-se os seguintes:
Luxemburgo, Reino Unido, Espanha, Suíça, França, Alemanha, Holanda, Moçambique, Angola, Brasil e Estados Unidos da América (EUA).
De acordo com o Relatório da Emigração, publicado anualmente pelo Observatório de Emigração, em 2019 terão saído de Portugal cerca de 80.000 portugueses. Entre 2019 e 2021 o Reino Unido foi o destino eleito por uma esmagadora maioria dos portugueses. Com o Brexit a situação alterou-se, mas o país continua a receber muitos portugueses.
Seguiu-se a Espanha com cerca de 10.155 saídas, e logo depois a Suíça, escolhida por 8.443 portugueses.