O número de desempregados registados em Portugal voltou a diminuir em março, situando-se em 324 mil pessoas, de acordo com dados divulgados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Esta descida representa uma redução de 4,5% em comparação com o mês anterior.
Segundo o IEFP, esta queda no desemprego registado é habitualmente observada em março, devido à sazonalidade associada ao período da Páscoa e ao início da primavera. No entanto, esta diminuição foi mais acentuada do que em anos anteriores, refletindo uma recuperação mais robusta do mercado de trabalho após os impactos da pandemia de COVID-19.
De recordar que, ainda assim, Portugal apresenta a 12ª taxa de desemprego mais elevada na OCDE.
Desemprego registado em Portugal: o panorama
Áreas com mais desemprego registado
Analisando os grupos profissionais dos desempregados registados no continente em março, o IEFP salienta como os mais representativos os “trabalhadores não qualificados” (27,5%), os “trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção segurança e vendedores” (20,3%), o “pessoal administrativo” (11,9%) e “especialistas das atividades intelectuais e científicas” (10,2%).
Face ao mesmo período do ano anterior, e considerando a divisão por grupos profissionais, “verifica-se um aumento no desemprego na maioria dos grupos profissionais, com particular destaque para os “operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem” (+11,8%) e “trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices” (9,7%)”, indica o instituto.
Desemprego registado cai, mas pode não refletir a realidade
Ainda que esta redução no desemprego seja um sinal positivo, é importante notar que estes números não refletem a totalidade da situação do mercado de trabalho, uma vez que muitos desempregados podem não estar registados no IEFP ou podem estar em situação de subemprego.
Políticas para fomentar o emprego
O governo português continua a implementar políticas para estimular a criação de emprego e apoiar os trabalhadores desempregados, com medidas que visam a formação profissional, o empreendedorismo e o apoio às empresas.
Apesar dos desafios persistentes, a descida no número de desempregados registados em março é um sinal encorajador da recuperação económica em curso em Portugal.
Menos desemprego na OCDE em 2024
Em 2023 os índices de emprego e participação no mercado de trabalho atingiram níveis históricos na OCDE, conforme dados divulgados. Estatísticas de fevereiro de 2024 apontam que a taxa de desemprego se manteve estável na OCDE e alcançou mínimos históricos na Zona Euro neste mês.
Ofertas nos centro de emprego
No final de março, os centros de emprego contabilizavam um total de 12.113 ofertas de emprego por satisfazer, representando um acréscimo de 736 (6,5%) em relação a fevereiro, mas uma diminuição de 4509 (-27,1%) em comparação com março de 2023. Durante o mês, inscreveram-se nos serviços de emprego 44.387 desempregados, um número inferior ao registado no mesmo mês do ano anterior (-3 738; -7,8%) e também em relação a fevereiro deste ano (-4 011; -8,3%).
As ofertas de emprego recebidas durante o mês totalizaram 11.087 em todo o país, sendo este número inferior ao de março de 2023 (-3.656; -24,8%) e superior ao de fevereiro deste ano (+2 012; +22,2%). No que diz respeito às colocações realizadas ao longo do mês, estas totalizaram 8.312 em todo o país, um número inferior ao verificado no mesmo período de 2023 (-721; -8%) e superior ao do mês anterior (+1 578; +23,4%).